Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5:24





segunda-feira, 4 de abril de 2011

Páscoa: anúncio de liberdade!

"Anunciareis liberdade na terra a todos os seus moradores." Lv. 25,10b

A Páscoa é uma festa judaico-cristã. Para os judeus, ela relembra a saída do seu povo do Egito, depois de vários anos de escravidão, para a peregrinação em direção à Terra Prometida (Ex. 12 e 13) e, para os cristãos, ela recorda a morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A palavra Páscoa, Pessach em hebraico, significa "passagem", pois a festa foi instituída pelos judeus para celebrar a passagem da escravidão do Egito para a liberdade de sair e buscar uma terra boa para viver. É uma festa celebrada em família e dura uma semana.
A morte de Jesus e sua ressurreição aconteceram durante uma Festa da Páscoa, celebrada anualmente pelos judeus. Jesus, sendo judeu, celebrou a Páscoa com seus discípulos e depois seguiu o seu martírio até a cruz (Lc. 22 e 23). Para os cristãos, está chegando a época de uma nova Festa da Páscoa, e "coincidentemente", com o lançamento do filme "A paixão de Cristo", de Mel Gibson, não podemos deixar de falar e de ouvir os comentários sobre os últimos momentos de Jesus Cristo antes de sua paixão e morte. Em que pese toda a polêmica em torno deste filme, vale pensar uma coisa: será que o sentido da Páscoa está presente em nós nestes dias?
O sentido da Páscoa é marcado pela celebração de dois momentos importantíssimos para a experiência de fé de judeus e cristãos. Para os primeiros, é a celebração da passagem da escravidão e opressão para a liberdade de cultuar a Deus e servi-lo; para os cristãos, também é passagem, a passagem da morte para a vida. Neste sentido, judeus e cristãos estão juntos.
O gesto de Jesus Cristo, de doar sua vida em nome de um projeto, mostra a sua liberdade. Em Cristo, a liberdade é colocada como liberdade para servir - a vida só tem sentido se colocada a serviço -, e ninguém pode matar aquele que se oferece para servir. Por esta razão e por nossa crença na ressurreição, a Sua vida será sempre preservada em nossa memória e Ele estará sempre junto de nós. A ressurreição de Jesus é demonstração de como pode ser plena a vida de todos os cidadãos que se empenham em transformar nossa sociedade desigual.
Como metodistas, afirmamos, em nosso documento Vida e Missão, que "neste tempo e lugar, fazemos uma escolha clara pela vida, manifesta em Jesus Cristo, em oposição à morte e a todas as forças que a produzem". A vida ofertada em amor é plena, abundante e nos faz livres. O amor de Deus, que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. O grande sentido da Páscoa é esta liberdade: a capacidade de ir além dos limites, daquilo que nos oprime e nos escraviza; sair do próprio lugar e mover-se, enfrentar a morte e ressurgir.
Nós, da Pastoral, desejamos que esta liberdade seja anunciada em toda a terra a todos os seus moradores, como diz o texto bíblico no livro de Levítico. O texto propõe, no seu contexto, um tempo de justiça para todos, a partir da disposição de mudança. Com este desejo, também queremos desafiar a cada um e a cada uma para que faça brotar a liberdade onde você estiver.

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