Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5:24





segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Aceitando Seus Defeitos e Qualidades


A pessoa somente consegue estar em paz consigo mesma, quando está contente com aquilo que tem e é. Somos pessoas com defeitos e qualidades, não há ninguém perfeito neste mundo, mas precisamos estar cientes de nossas qualidades e defeitos, nos aceitarmos como somos, para que possamos trabalhar nossas potencialidades e dificuldades, nos tornando cada vez melhores na presença do Senhor.
Deus demonstrou um amor imenso pela sua criação, veja: “Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu há seu tempo pelos ímpios (Rm 5.6)”.

Uma mulher torna-se filha do Rei através do novo nascimento, ao aceitar Jesus Cristo como seu único salvador, tendo seu velho eu crucificado, tornando-se nova criatura: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos (Rm 6.6-8)”.
Veja o que Paulo diz sobre isso: “Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não é prático; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito, o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo (Rm 7.15-21)”.

A nova filha do Rei tem agora duas residências, uma no céu e outra na Terra. Antes de aceitar a Cristo ela não tinha escolha, deveria vestir o melhor possível o seu velho eu, com as roupas que o mundo ditava, tornando-se o mais apresentável possível.
Algumas mulheres vivem dizendo “se eu fosse mais alta, mais magra, mais rica”, etc, mas isso tudo são atributos exteriores. Antes de preocupar-se com o mundo exterior deveria ver o que ela tem de melhor para oferecer a Deus e ao seu próximo, parando de buscar no outro a razão de sua infelicidade, ou do mundo externo a alegria do seu viver, pois com certeza não estará lá, somos seres únicos para Deus.

“Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; porque cada qual levará o seu próprio fardo. (...) Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6.3-5,7)”.



A própria Bíblia é bem clara em dizer que somos os responsáveis por aquilo que nos acontece, nisso está incluído o livre arbítrio que Deus nos deu, então não adianta culpar os outros ou mesmo o inimigo por aquilo que nos acontece. Não que eu queria levar para uma teoria Deísta, onde Deus tenha criado as regras e apenas esteja regendo o universo, mas a Bíblia fala para não darmos lugar ao inimigo (Ef 4.27) e que aquele que é de Deus o maligno não o toca (Sl 91).

Então não adianta culpar os outros pelos nossos fracassos ou derrotas, devemos descobrir as falhas em nós mesmos a fim de nos tornarmos seres humanos melhores a cada dia: “Não julgueis, para que não sejais julgados (Mt 7.1)” “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice (I Co 11.28).”




Deus deu a cada ser humano um dom, que devemos utilizá-lo para descobrir a nossa missão, a nossa vocação e chamado. Esta deve ser a característica da serva do Senhor, não ficar se comparando aos demais: “pois não ousamos contar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, estão sem entendimento (II Co 10.12)”.

Devemos ser imitadoras de Cristo, andando nos ensinamentos que Ele nos deixou: “Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados (Ef 5.1)”. Pois a maior necessidade da mulher de Deus, deve estar na máxima proximidade de um relacionamento vital com o Senhor.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.15-16)”



Deus vê de outra forma a partir do novo nascimento: “A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de ouro. Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei (Sl 45.13-15)”.

Então mesmo que você não seja tão alta quanto gostaria, tão magra quanto deseja, não tenha o nariz ou a cor dos olhos da forma ou cor que sonha, você é muito especial para Deus, foi Ele que te criou para ser exatamente desta forma. E este Pai bondoso ainda nos deu o mesmo livre arbítrio, para que focalizando a si mesma através do seu Evangelho, possa enxergar a si mesma, perdoar os erros que cometeu contra si própria, aceitando as coisas que não pode mudar e melhorando aquilo que pode.

Acima de tudo, renunciando a qualquer crença sobre si mesma que não esteja de acordo com as Sagradas Escrituras, ciente de que é protagonista de seu futuro, através do seu presente, sendo auxiliada por um Deus que tudo pode.

Pois enquanto não reconhecer a sua nova identidade como Cristã, fatalmente ainda estará sujeita ao seu velho eu pecaminoso e imaturo, estando sujeita as modas e determinações deste mundo. Enquanto que tendo seu velho eu sobre controle, não necessitará que outras pessoas lhe digam o que você é, lhe dêem aprovação ou aceitação, alem de obter uma consciência de sua verdadeira integridade e identidade, estando sujeita a criticas destrutivas ou outras ameaças do inimigo para afastá-la de Deus, você permanecerá consciente de que é uma Serva do Senhor, com características únicas e o mal não te atingirá.

Que Deus possa revelar a ti o que mais colocou de especial em seu ser, dando-lhe forças para enfrentar qualquer situação, construindo um futuro cada vez melhor para você.

Em Cristo,


Autor: Adriana Fonte

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Como Descansar à Sombra do Onipotente


Nesta oportunidade nós vamos meditar na Palavra de Deus que se encontra no Salmo 91.1-11

'Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas em mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com lonjura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.' Salmo 91.1-11

Apesar da proteção dada ao Messias, Ele não teria possessão permanente neste mundo.

Do mesmo modo que o crente Abraão não construiu casa na terra da promessa, antes habitou em tendas em função de aguardar a cidade que tem fundamentos ( Hb 11:9 -10), de Cristo foi predito que nenhum mal chegaria a sua tenda, indicando que Ele não faria casa neste mundo ”E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” ( Lc 9:58 ).

Muitas pessoas buscam nos Salmos proteção diante das contingências da vida. Por iniciativa própria ou sob recomendação de outrem, muitos providenciam cópias impressas de salmos e fixam em vários lugares como: residência, trabalho, escola, meio de transporte, pois entendem que os salmos são uma espécie de amuleto que livra quem os lê de invejas, inimigos, percalços, doenças, mal agouro.

Diante de qualquer percalço desta vida põem-se a recitar os salmos como se fossem palavras de livramento e proteção, pois desconhecem a seguinte verdade: “No dia da prosperidade regozija-te, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez tanto este como aquele…” ( Ec 7:14 ).

É inútil buscar proteção nos salmos diante das vicissitudes da vida quando é o próprio Deus que estabeleceu a adversidade em oposição à prosperidade com um objetivo bem definido: “… para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele” ( Ec 7:14 ). É aconselhável enfrentar as adversidades, pois elas fazem parte da existência do homem, confiante de que Deus é quem dá o escape.

De todos os salmos, o mais procurado é o Salmo 91 em função das promessas contidas nele. Como o salmo faz alusão a livramento e proteção, gurus, místicos, espiritualistas, padres, pastores, bispos, utilizam-no como se fosse o antídoto para todos os males socioeconômicos da humanidade.

Dai a pergunta: É possível alcançar a proteção e os livramentos prometidos neste Salmo?

A proteção de Deus para o Messias

Para nos afastarmos da confusão e de nos sentirmos enganados por não vermos cumpridas as promessas do Salmo 91 em nossas vidas conforme o que imaginamos, por desconhecer certos aspectos das Bíblia, é necessário saber a quem se referem os livramentos e proteções nele descritos. Quem é o protegido do Salmo 91?

Analisando a primeira questão: “Quem é Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo?”; “Onde fica o esconderijo do Altíssimo?”.

Podemos concluir que este lugar não fica na Terra, simplesmente porque o esconderijo do Altíssimo diz de um ‘lugar’ inacessível aos homens ”Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” ( 1Tm 6:16 ); ”Para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno em baixo” ( Pr 15:24 ); “Trovejou desde os céus o SENHOR; e o Altíssimo fez soar a sua voz” ( 2Sm 22:14 ); ”Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu” ( Jo 3:13 ).

Considerando que o esconderijo do Altíssimo é o céu e que ninguém subiu ao céu além de Jesus Cristo, devemos concluir que Jesus é Aquele que, antes de ser introduzido no mundo, habitava no esconderijo do Altíssimo.

Jesus habitava no céu quando este Salmo foi escrito (contagem humana de tempo e espaço). Este salmo, como muitos outros, é uma profecia acerca do Cristo. O Salmista prediz que Aquele que habita no céu ha de descansar sobre a proteção do Onipotente.

Ou seja, o Salmo diz de Cristo esvaziado de Sua glória, de Cristo como homem introduzido no mundo.

No Salmo 91, profeticamente Davi antecipou que, o Verbo de Deus, quando se fizesse homem, iria descansar à sombra do Onipotente.

Quem pode habitar com Deus?

A pergunta que não se cala foi feita em outros Salmos e por outros profetas: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” ( Sl 15:1 ).

O Salmo 24 diz: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem estará no seu tabernáculo?” ( Sl 24:3 ).

A resposta é clara e aponta para alguém em específico:“Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação” ( Sl 24:4 -5).

Somente Jesus, dentre os filhos dos homens, foi limpo de mãos e puro de coração ( 1Pe 2:22 ). Somente o Cristo de Deus andou em sinceridade, praticou a justiça e falou a verdade segundo o seu coração ( Sl 15:3 ). Somente o Cristo de Deus possui olhos capazes de desprezar o réprobo. Somente Ele tem o poder de honrar os que temem ao Senhor ( Sl 15:4 ).

Sobre este mister arremata o profeta Isaias: “Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal.

Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas. Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que está longe” ( Is 33:14 -17; Sl 63:7 e Sl 61:4 ).

Laços e setas

'Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.'

Jesus identificava as armadilhas engendradas pelos homens (laço do passarinheiro) através de suas palavras cheias de engano e malícia, a verdadeira ‘peste perniciosa’ que arrebata a alma dos incautos ( Jo 10:10 ).

Desde o Éden a ‘peste perniciosa’ assola a humanidade, pois um pecou e todos pecaram. Um morreu e todos morreram ( 1Co 15:21 -22), e passaram a falar segundo os seus corações mentirosos ( Sl 58:3 ). A peste perniciosa não se assemelha a peste negra que dizimou a Europa. Nem tão pouco diz de agentes químicos ou de armas biológicas.

Os filhos do povo do Messias armaram diversas armadilhas com o fito de ‘pegar’ o Cristo nalguma contradição, porém, somente eles permaneceram enlaçados “Armaram uma rede aos meus passos; a minha alma está abatida.

Cavaram uma cova diante de mim, porém eles mesmos caíram no meio dela” ( Sl 57:6 ; Sl 56:5 ; Mt 22:17 ; Jo 8:5 ); “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido.

E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina, E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados” ( 1Pe 2:6 -8; Rm 9:33 ).

O Filho de Davi desde o ventre de Maria era livre do pecado (a peste perniciosa), visto que Ele foi lançado na madre ( Sl 22:10 ) e gerado por Deus ( Sl 2:7; 2Sm 7:14 ).

Todos os descendentes da carne de Adão, a porta larga por quem todos os homens entram ao virem ao mundo foram contaminados pelo pecado (o mesmo que ser vendidos ao pecado como escravos), porém, Jesus, o último Adão, Ele é a porta estreita pela qual todos os homens que crêem torna-se livres do pecado.

A proteção de Deus dispensada ao Messias era específica: “Ele te cobrirá com as Suas penas, e debaixo das Suas asas te confiarás” (v. 4).

Da mesma forma que a galinha protege os seus pintainhos debaixo de suas asas, o Cristo estava seguro debaixo das asas do Onipotente “TEM misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” ( Sl 57:1 ; Sl 63:7 e Sl 61:4 ).

A verdade ou a fidelidade de Deus foi constituída como escudo e broquel do Messias. Todos os adversários vieram contra Ele utilizando-se de palavras de engano, mas na Palavra de Deus (verdade e fidelidade) estava a defesa de Cristo. Diante dos religiosos Judeus, Jesus apresentou as Escrituras em sua defesa. Quando tentado pelo diabo no deserto, Cristo fez uso das Escrituras.

Há pessoas que ficam até arrepiadas quando lêem o verso seguinte por falta de compreensão: “Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia” (v. 5 ). Este verso é resumo do exposto profeticamente pelo Salmo 64:

“OUVE, ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor do inimigo. Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do tumulto dos que praticam a iniqüidade. Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas, A fim de atirarem em lugar oculto ao que é íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem. Firmam-se em mal intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem os verá? Andam inquirindo malícias inquirem tudo o que se pode inquirir; e ambos, o íntimo pensamento de cada um deles, e o coração, são profundos” ( Sl 64:1 -6).

Os inimigos de Davi possuíam espadas afiadas, mas o Filho de Davi, o Messias, enfrentaria homens que possuíam as línguas afiadas como se fossem espadas. As setas deles constituíam-se em palavras amargas! Secretamente engendravam planos para dar cabo do Messias ( Jo 11:53 ), mas sendo a Palavra de Deus escudo e broquel, o Messias não seria atingido.

'Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com lonjura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.'

O Cristo não precisou lançar mão da vingança em relação aos ímpios, pois lhe foi prometido que Ele haveria de ver a recompensa deles ( Sl 56:7 ). Cristo escolheu o Senhor como refúgio, o Deus que tudo executou para o Messias ( Sl 57:2 –3), de modo que o Senhor O fez assentar a sua direita até que todos seus inimigos estivessem subjugados ( Sl 110:1 ).

Todas as promessas seriam levadas a efeito porque o Messias se refugiou na obediência a palavra de Deus. O Verbo encarnado passou a descansar à sombra do Onipotente, pois fez do pai o seu alto refúgio ( Sl 57:1 ). Há uma grande diferença entre ‘habitar’ no esconderijo do Altíssimo e ‘refugiar’ no Altíssimo. Refugiar-se é obedecer ao Pai que provê proteção, ‘habitar’ diz de estar com Deus.

Vale salientar aqui que o verso 10 demonstra que, apesar da proteção dada ao Messias, Ele não teria possessão permanente neste mundo. Do mesmo modo que o crente Abraão não construiu casa na terra da promessa, antes habitou em tendas em função de aguardar a cidade que tem fundamentos ( Hb 11:9 -10), de Cristo foi predito que nenhum mal chegaria a sua tenda, indicando que Ele não faria casa neste mundo ”E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” ( Lc 9:58 ).

Embora os anjos estivessem à disposição do Messias para protegê-Lo sustendo-O em suas mãos para não tropeçar, protegendo-O em todos os seus caminhos, o Filho do homem não teve aqui possessão permanente. Embora o Salmo 2 diga que como Rei, Cristo terá as nações por herança, mas na condição de servo, nada usurpou.

Foi dado ao Filho do homem calcar os pés o leão e a serpente. Somos informados pelo Salmo 57 que os homens são comparáveis às bestas famintas, ou seja, leões “A minha alma está entre leões; estou deitado entre bestas famintas, homens cujos dentes são lança e flechas, e cuja língua é espada afiada” ( Sl 57:4 ).

Acerca da serpente temos uma profecia no Gênesis: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” ( Gn 3:15 ), ou seja, o diabo é a antiga serpente ( Ap 12:9 ).

Em função de ter honrado, obedecido ao Pai na condição de Servo, Deus promete livramento e promete estar com o Messias no momento da angustia. Por ter conhecido o Pai, ou seja, ser um com Ele, quando invocasse o Seu nome, Deus esteve com Ele na angustia e glorificado, de modo que seria farto de dias para sempre, eternamente.
O Descanso prometido a todos os homens “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” ( Mt 11:29 )

Ter o Salmo 91 impresso no bolso não confere proteção. Tê-lo exposto na parede não confere descanso. Colocá-lo no veículo não evitará acidentes.

A promessa do Salmo 91 diz do Messias, pois somente Cristo habitou e habita no esconderijo do Altíssimo, mas é possível aos homens através da Sua palavra compartilhar do descanso à sombra do Onipotente.

Ora, Cristo como homem disse: ”NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” ( Jo 14:1 ), pois foi esta a palavra d’Ele como Sublime que habitava com o Altíssimo: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” ( Is 57:15 ).

Deus fez muitas promessas para o Seu Filho, e o Seu Filho nos faz um convite: Tomais sobre vós o meu jugo (…) e encontrareis descanso para as vossas almas! Quem aceita o convite, tanto o Pai quanto o Filho faz nele morada ”Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” ( Jo 14:23 ).

Qualquer que crê em Cristo torna-se habitação do Alto e do Sublime que, apesar de habitarem a eternidade, vem e faz morada naqueles que crêem no Evangelho “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” ( 1Co 3:16 -17).

O que Jesus propõe? Ele enfatiza que, se qualquer um se dispuser servi-Lo na condição de servo (obedecendo-O), ou seja, aprendendo d’Ele, efetivamente encontrará descanso!

A proposta de Jesus é para os que se encontram cansados, sobrecarregados… A promessa é firme: – Eu vos aliviarei! Para os temerosos e ressabiados, Jesus esclarece: - Meu jugo é suave e o meu fardo é leve.

A promessa de Cristo diz especificamente da salvação, pois o apóstolo João alerta: ”E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” ( 1Jo 2:25 ).

O mesmo Deus que prometeu proteção e segurança para o Seu Filho, é o Deus que promete descanso a todos os homens: ”Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir” ( Is 28:12 ), porém, o descanso não encontra-se atrelado ao Salmo 91, antes está n’Aquele que é o tema do Salmo 91: Cristo.

Mesmo que o cristão estivesse de posse de todas as promessas pertinentes ao Messias, vale destacar que o Messias passou pelas mesmas paixões e sofreu angustias, até o seu suor transformou-se em gotas de sangue. O apóstolo Paulo recomenda: sofre comigo as aflições de Cristo, portanto, não devemos temer as aflições ( 2Tm 2:3 ).

Ao confiar em Cristo você não terá o ‘corpo fechado’. Cristo não se apresenta como um ‘patuá’. Os salmos não são ‘amuletos’. Rezar os Salmos não livra o homem das contingências da vida. A promessa de Deus decorre da sua palavra, que é escudo, broquel, espada, etc. É por isso que o apóstolo Paulo ordena: Revesti-vos de toda a armadura de Deus.

Tendo a palavra de Deus como escudo, o homem tem a capacidade de apagar todos os dardos inflamados do maligno. É o escuda da Fé que protege o cristão dos falsos ensinos, das palavras de engano, ou seja, das ‘setas inflamadas’ ”Ó DEUS o Senhor, fortaleza da minha salvação, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha” ( Sl 140:7 ; Ef 6:17 ).

Para que os seus seguidores tivessem paz, Ele mesmo instruiu dizendo: ”No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” ( Jo 16:33 ). Ou seja, não se deve ter medo das contingências desta vida, pois a Bíblia mesmo diz: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele”( Ec 7:14 ).

Mas, mesmo nas contingências a ordem é: tenha bom animo! Por quê?

Porque Cristo venceu o mundo! Com a sua vitória Ele venceu a morte, o pecado e a lei, de modo que por intermédio d’Ele quem crê alcança vida dentre os mortos ”Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” ( Jo 11:25 );

“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo”( Hb 4:3 ).

Que O senhor Deus nos ajude a usufruir das bênçãos advindas do Salmos 91 em nome de Jesus, amém!

|  Autor: Jânio Santos de Oliveira  

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Estudo Biblico Sobre O Caminho da Vitória - Parte 1

2 Reis 18:13-36;19:1-35

INTRODUÇÃO:

 O Reino de Judá havia visto com assombro a invasão do exército Assírio em Samaria, e a ida do reino do Norte (composto por 10 tribos e meia) para o cativeiro assírio.

Oito anos depois deste acontecimento, ainda no reinado de Ezequias, Rei de Judá (Reino do Sul), considerado “o que mais confiou no Senhor, de maneira que em Israel, nem antes e nem depois dele houve semelhante entre todos os reis de Judá” (2 Re 18:5); o exército Assírio se levanta para eliminar o reino do Sul, o reino de Judá. Na invasão, tomou várias cidades fortificadas de Judá e dominou sobre elas; exigiu alta soma em tributos. O futuro de Judá estava prestes a se desmoronar. Como Rei, Ezequias precisava de estratégias que o levariam a percorrer um longo caminho para a vitória naquela guerra. Você poder adotá- las e vencer!

1. NÃO FAÇA CONCESSÕES AO INIMIGO

Ezequias falhou neste quesito. O fato de ele ceder à pressão e pagar tributos ao rei da Assíria (2 Re 18:13-16), fez com que o inimigo se sentisse mais forte e disposto a empreender novos avanços para a tomada completa do Reino do Sul (Judá). O templo era o maior símbolo espiritual para a nação. Representava a presença de Deus junto ao povo. Só que agora a beleza do templo estava destruída e as suas portas vulneráveis! Sempre que você fizer concessões ou aceitar imposições do inimigo, você estará concordando que ele é mais forte que você! Se o inimigo ganhar uma etapa, ele não ficará satisfeito! Ele virá pra cima pra terminar de te destruir!! Não faça concessões ao inimigo, esse é um importante para no caminho da vitória!!

2. NÃO SE CURVE DIANTE DAS AMEAÇAS E ESTRATÉGIAS DO INIMIGO

Se sentindo fortalecido, Senaqueribe enviou Rabsaqué, comandante do exército Assírio, afronta Ezequias (2 Reis 18:19, 23, 24 e 27). Ezequias percebeu que havia falhado na estratégia anterior, agora ele resiste firme. Ele aprendeu a importante lição que se curvar diante das ameaças e afrontas do inimigo é caminhar em direção contrária a vitória!

3. NÃO ACEITE AS OFERTAS DO INIMIGO

Sempre que a pessoa tiver uma necessidade, o inimigo vai apresentar uma aparente solução para o problema. Tendo em vista o cerco a Jerusalém, capital do Reino de Judá, o povo precisava de paz, comida, água, liberdade para sair aos campos plantar e colher. Foi o que Rabsaqué ofereceu (2 Re 18:31 e 32). Só que a oferta não significaria fartura e liberdade. Eles seriam escravo da Assíria. Aceitar a oferta do inimigo é se tornar escravo dele! Não aceite, continue andando rumo a tua vitória em Nome de Jesus!!

4. NÃO SE ILUDA COM AS ESTRATÉGIAS DO INIMIGO

As declarações de 2 Reis 18:31 – 33 e 19:9b – 11 deixam claro que o inimigo muda de estratégias assim que perceber a ineficácia da que estiver usando. Desde a política do medo e da implantação da dúvida, até as ofertas tentadoras que aparentemente ideais. O inimigo tentará te convencer que é mais forte do que seu Deus! Resista ao inimigo e ele fugirá (Tg 4:7; 2 Co 2:11).

5. NÃO ENTRE NO JOGO DO INIMIGO

Uma das estratégias era a da tentativa de desestabilização do exército de Judá. Se esse intento fosse alcançado, o exército se dividiria e se autodestruiria, mas, o exército de Judá permaneceu seguindo as orientações da liderança e não entrou no jogo do inimigo (2 Re 18.36).
 
 
6. QUEBRANTE O SEU CORAÇÃO DIANTE DO SENHOR Deus não resiste a um coração quebrantado (Sl 34:18; 51:17). Essa estratégia foi adotada por Ezequias e provocou a intervenção divina em favor de Judá (2 Re 19:14 – 6 e 19). Se lance me oração, corra para o santuário! O reconhecimento das limitações humanas é o limite para Deus começar agir e conduzir seus servos no caminho da vitória (2 Re 19.3; Ef 6.12).

7. CREIA NO POSICIONAMENTO DIVINO

Logo que o Rei Ezequias tomou conhecimento do posicionamento de Deus (2 Re 19:20B e 28 – 34) e acreditou, ele pode experimentar o agir de Deus (2 Re 19:35 – 37). Acreditar é um ato de fé, é abrir mão das preocupações e visualizar a conquista mesmo antes dela acontecer (Hb 11:1)

CONCLUSÃO. Teu inimigo só agirá dentro do plano permissivo de Deus! Se você deixar Deus pode continuar no controle da situação! Sua conquista depende do tamanho da sua submissão a Deus e dependência d’Ele (2 Cr 7:13, 14)!
 Autor: Pr. J. C. Silva

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Evangelho do Espírito e Não da Carne

Outra vez digo: Ninguém me julgue insensato, ou então recebei-me como insensato, para que também me glorie um pouco.
2 Coríntios 11:16

Atualmente, notamos uma explosão espiritualista no Brasil. Não só no meio evangélico, mas nas demais religiões, parece acontecer uma espécie de "avivamento".

A partir disso, percebemos o surgimento de inúmeras comunidades que se auto- intitulam cristãs; todavia, com práticas, rituais e comportamentos que se distanciam daqueles vividos e ensinados por Cristo Jesus.

Isso já ocorreu em outros tempos na história da igreja. Quando o Cristianismo se tornou religião oficial do Império Romano, por volta do ano 300 d.C., o imperador, desejoso de estimular a fé cristã em seu reino, concedeu alguns benefícios aos que a ela aderissem.

Muitos, ansiosos pelos favores do governo, foram batizados, vieram para a igreja, porém, sem conversão, trouxeram consigo e passaram a viver um "outro evangelho" - com orações aos mortos, velas e imagens etc.

De tempos em tempos, a igreja tem sido tentada a trocar de evangelho, talvez para um que lhe agrade mais, ou que satisfaça seus doces anseios humanos. Os irmãos da Galácia, a exemplo disso, estavam se aderindo, rapidamente, a um "outro evangelho" (1.16).

A EPÍSTOLA

Antes de extrair dessa epístola as lições ricas que ela contém, é necessário conhecer o pano de fundo histórico da igreja, da região, bem como o conteúdo da carta.

Lugar: No ano 250 a.C., o último rei gálata legou seu reino aos romanos, que o transformaram em uma província, com capital em Ancira. A Galácia não era uma cidade, e sim, uma região que compreendia algumas cidades e igrejas. Sir William Ramsay, comentarista e estudioso do Novo Testamento, afirma que as igrejas da Galácia eram as de Antioquia, Psídia, Icônio, Derbe e Listra, que Paulo fundara em sua primeira viagem missionária (At 16.1 e 18.23).

Data: Estima-se que a epístola aos Gálatas tenha sido escrita entre o período de 48 a 56 d.C., e isso pelas citações que Paulo faz do seu encontro com líderes cristãos em Jerusalém, que logo em seguida seria destruída.

Conteúdo: Ao contrário das demais epístolas, não vemos aqui agradecimentos aos destinatários, nem tampouco ações de graças rendidas por causa deles. Paulo, porém, começa censurando seus leitores pela situação de abandono ao evangelho de Cristo, e apego a um "encantamento" por outro qualquer. A epístola, no que se segue, pode ser dividida pelo seu conteúdo. O Dr. Kummel a divide em três partes, a saber:

1. A defesa do ministério de Paulo: seu apostolado recebido diretamente de Deus (1.11-24), seu reconhecimento pelos ... de Jerusalém e apóstolos (2.1- 11), e o encontro com os primeiros líderes cristãos da época, na defesa do ministério entre os gentios (2.11-21).

2. A demonstração da necessidade de liberdade diante da Lei. A defesa que a justificação está vinculada, não ao cumprimento da Lei, mas à promessa da graça. O fato é ilustrado na experiência de Abraão (3.6-9); quando entendido corretamente, o Antigo Testamento lhes diz a mesma coisa (3.10-14), estabelecendo entre a Lei e a Fé uma oposição. Agora, em Cristo, a Lei perde a sua função (3.25-4.7).

Segue-se uma prova escriturística em favor da liberdade dos cristãos, baseada em uma interpretação alegórica da narrativa de Hagar e Sara (4.21-31) e uma admoestação renovada para que renunciem a escravidão da Lei (5.1-12).

3. Que se liga ao tema da liberdade dos cristãos, advertindo-os a que preservem essa liberdade e não retomem o jugo de escravidão (5.13-6.10). E, por fim, uma saudação de próprio punho (6.11-18).

Assim, podemos ter uma ideia mais abrangente desta carta paulina, endereçada aos irmãos da região da Galácia, cujo enfoque principal está na questão de se permitirem enredar por um outro evangelho, um evangelho que não é o de Cristo Jesus.

1 – O EVANGELHO DA GRAÇA E NÃO DA LEI

Um tema predominante na epístola aos Gálatas, é o confronto que Paulo faz entre o evangelho da Graça, que ele chama da fé, e esse novo evangelho, legalista, vinculado ao cumprimento da lei do Judaísmo. Isso ocorreu por causa da influência que os cristãos da Galácia sofriam dos judaizantes.

Assim sendo, esses cristãos voltaram à prática dos rituais judaicos para satisfazer ao apelo da lei, como algo necessário para a complementação da salvação. Eram submetidos à circuncisão (5.2,3), eram censurados quanto às festas e alimentação (2.11-14), guarda de dias, e coisas semelhantes a essas (4.10).

Para combater esse pensamento legalista, que contaminou o evangelho e desfigurou a igreja da Galácia, Paulo inicia afirmando sua condição: sua origem judaica e privilégios destacáveis entre os judeus (1.14).

Todavia, Paulo conclui dizendo que morreu para a Lei: "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus" (2.19). Imediatamente, ele passa a confrontar a Cefas, que se tornara mau exemplo e de comportamento repreensível (2.14). Essa supervalorização da lei em meio ao evangelho da Galácia produziu algumas deformações na fé cristã:

1.1. Uma salvação meritória - "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8). Um evangelho que confia nas obras da lei, afirma uma salvação pelos méritos humanos.

Paulo denuncia que o evangelho da Galácia era ineficaz para a salvação, pois estava fundamentado nas obras da lei, e isso jamais traria justificação ao homem: "O homem não é justificado por obras da lei", e "é evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus" (2.16;3.11).

A lei denuncia e evidencia a presença do pecado no homem. A lei condena. Sem a graça, o evangelho da lei é só desgraça, infortúnio, condenação e maldição: "Cristo nos resgatou da maldição da lei" (3.13; Rm 5.1,2).

1.2. Um sacrifício em vão - Paulo volta a denunciar que o evangelho da Galácia era ineficaz para a salvação, pois se a justiça vem por obras da lei, o sacrifício de Jesus foi desnecessário e insuficiente: "pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão" (2.21).

Ao contrário do que pensavam os gálatas, para Paulo, o viver é Cristo, e a glória da salvação estava depositada na cruz: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo "(6.14).

Não só nos dias de Paulo, mas no decorrer da história da igreja, vemos inúmeras situações que tentam tornar desprezível o sacrifício de Cristo, valorizando as obras humanas. Destacamos algumas práticas históricas: penitências, indulgências etc.

2 - O EVANGELHO DO ESPÍRITO E NÃO DA CARNE

Um outro tema abordado nesta epístola, é o confronto entre a carne e o Espírito. Por diversas vezes, especialmente no final da epístola, Paulo evidencia o fato de que carne e Espírito são opostos entre si (5.16,17). Para Paulo, quando uma igreja menospreza a graça para viver debaixo da subserviência da lei, ela corre o risco de tornar-se carnal. Porém, o que vem a ser essa carne que milita contra o Espírito? O Dr. Russel Shedd destaca alguns dos usos da expressão "carne" na Bíblia:

• Carne física - como material que reveste corpo de homens e animais (Gn 40.19; Lv 6.27);
• Carne e relacionamentos interpessoais: carne como descendência humana (Rm 1.3); carne-como vínculo de comunhão no casamento (Gn 2.23) e relação sexual (I Co 6.16).
• Carne como natureza humana pecaminosa. Desejos e apetites que impulsionam contra Deus e que é própria de pecadores (5.16-21; Rm 8.7,8; I Co 3.1-4).

Para Paulo, o que os gálatas viviam era um evangelho carnal, e, portanto, seus resultados eram bastante perceptíveis. Ele destaca as obras da carne:
• Quanto à vida moral: prostituição, impureza e lascívia;
• Quanto à vida de adoração: idolatria e feitiçarias;
• Quanto à vida social: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e inveja;

• Quanto à temperança: bebedices e glutonarias.
• Muitas igrejas estão marcadas por obras da carne: convivem com divisões e porfias diariamente, crentes embriagados e impuros, baixa qualidade de vida cristã, refletem esse estado de carnalidade que se contrapõe ao Espírito. O fruto do Espírito é destacável:
• Quanto à vida com Deus: amor, alegria e
• paz;
• Quanto à vida com o próximo: longanimidade, benignidade e bondade;
• Quanto à vida íntima: fidelidade, mansidão e domínio próprio.

Vemos, hoje, uma preocupação acentuada para uma luta contra os demônios e hostes do mal, como se todo o problema viesse deles. Não percebemos, entretanto, um esforço por uma luta contra a carnalidade reinante em muitas comunidades, cheias de partidarismos, ciúmes, bebedices, prostituições... Paulo recomenda: "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (5.16).

3 - O EVANGELHO DA LIBERDADE E NÃO DA ESCRAVIDÃO

O tema mais predominante desta epístola é o da liberdade. A preocupação paulina nessa exortação é refutar a argumentação judaizante, que concorria para um regresso ao velho estado de escravidão que a lei encerra.

Para Paulo, a lei não tem vida, e sim, leva à morte. A lei é senhora de um estado de escravidão ao pecado. Uma igreja legalista desconhece o que é a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.

Por outro lado, os crentes em Cristo devem estar atentos para que não confundam liberdade com libertinagem, e não concedam ocasião à carne. Libertinagem é o uso descomedido da liberdade, sem padrões, sem princípios e sem responsabilidade.

O Espírito Santo produz liberdade em Cristo, responsabilidade, maturidade e santidade na vida do homem: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5.1).

O que estava acontecendo na Galácia, vinha patrocinado por uma publicidade do Espírito. Todavia, Paulo afirma que não era o Espírito quem promovia as desavenças descritas em Gálatas 5.15. Era a carnalidade que lhes roubava a liberdade cristã: "Fostes chamados à liberdade: porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne" (5.13).

Essa liberdade é fruto da graça de Deus, exemplificada alegoricamente por Paulo nas personagens Sara e Hagar (4.21-31). Ao final, ele conclui dizendo que os nascidos da graça, em um só Espírito, são filhos não da escravidão da lei, e sim, da liberdade dos filhos de Deus (4.31).

Autor: Rev. Carlos de Oliveira Orlandi Júnior 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como Tomar Decisões Sábias,

Dentro da Vontade de Deus?

 
Muitas pessoas têm desperdiçado suas vidas cristãs ao tomarem decisões erradas, fora da vontade de Deus (como por exemplo, quando assumem um emprego, um casamento e uma educação errados, além dos erros cometidos na mudança de um lugar para o outro). E não é somente a juventude que toma decisões erradas; muitos adultos, e até pessoas idosas, têm cometido sérios erros.

Daremos a seguir alguns princípios fundamentais para se tomarem decisões segundo a vontade de Deus:

1. - “Não se estribe no seu próprio entendimento”  (Provérbios 3:5; 28:26; Jeremias 17:9).

A pessoa que confia no seu próprio entendimento não segue a vontade de Deus; por isso, em geral, ela toma decisões erradas. Por causa dos nossos corações decaídos, não temos a capacidade de tomar, por nós mesmos, decisões sábias. Portanto, devemos sempre buscar Deus e confiar exclusivamente nEle.

Para consegui-lo, devemos ser diligentes estudiosos da Bíblia, pois somente através desta conhecemos a mente do Senhor (1 Coríntios 2:16), Sua vontade (Salmo 119:105) e conseguimos fé (Romanos 10:17). Precisamos manter um estudo diário e efetivo da Bíblia. Devemos ser fiéis [atendentes] ao ministério da pregação e do ensino entregue numa igreja [realmente] crente na Bíblia. Devemos aproveitar cada oportunidade para crescer na graça e no conhecimento da santa Palavra de Deus, a fim de podermos conhecer e seguir a Sua vontade.


2. - Confie no Senhor e Lhe peça mais sabedoria (Provérbios 3:5-6).

Em vez de confiar em nosso próprio entendimento, devemos nos lançar ao Senhor, implorando-Lhe sabedoria e direção em cada decisão importante. Ele prometeu guiar o Seu povo, mas devemos buscar a Sua orientação e não apenas presumi-la. Devemos reconhecê-Lo em todos os nossos caminhos. É uma tentação pensar: “Bem, o Senhor já sabe que necessito de Sua sabedoria e auxílio. Certamente, Ele vai mos dar, automaticamente”. De fato, Deus nos ensinou em Sua Palavra a orar específica e decididamente sobre todos os assuntos. Deixar de fazê-lo é dar um passo para se tomarem decisões erradas.


3. - Andar na luz (1 João 1:5-6).

Viver em pecado é andar nas trevas, sendo isto um empecilho ao pensamento e à vida espiritual (1 Pedro 2:11).

Quando um crente é desobediente e cínico em relação aos pais; grosseiro, crítico ou amargo, ao exercer autoridade sobre a esposa; e quando esta deixa de demonstrar a devida honra ao marido, mentindo, furtando e amando as coisas malignas do mundo, suas orações são interrompidas e eles não terão sabedoria para tomar decisões sábias.

Tomar decisões importantes, num estado espiritual decaído, é uma receita para o desastre. Muitos crentes que estavam com os seus corações afastados do Senhor contraíram matrimônio, assumiram um emprego ou um campo errado de educação e desenvolveram amizades sobre as quais irão se lamentar, profundamente, no futuro. Cuidado!


4. - “Deleite-se no Senhor” (Salmo 37:4) 

A melhor maneira de se conhecer a vontade é Deus é colocá-Lo no centro das afeições.  Sua vontade não é conhecida por quem assume a vida cristã através de um simples “fazer” ou “não fazer”. Ela é encontrada pelos que conhecem Deus e nEle se deleitam. Quando assim agimos, Ele coloca os desejos corretos em nosso coração e, em seguida, realiza esses desejos. [N.T. - Quanto mais você estuda a Palavra de Deus, menos desejo de praticar o mal você acalenta no coração]. Por outro lado, os cristãos mundanos, ou nominais, vivem dominados por desejos fúteis, contrários à vontade de Deus, e se sentem frustrados, quando tais desejos não são realizados.


5. - Nunca tome uma decisão que o leve a desobedecer ao ensino da Bíblia (João 8:31-32).

Qual é a vontade  de Deus? Como sabemos encontrá-la? Basicamente, a vontade de Deus é que obedeçamos a Sua Palavra. Jesus descreveu isto como “andar na minha palavra”. Qualquer decisão que nos leve a desobedecer a Bíblia é contrária à vontade de Deus, sem exceção alguma. Isto é que significa “viver pela fé”. Viver pela fé é simplesmente crer em Deus e obedecer a Sua Palavra (Romanos 10:17); significa tomar decisões embasadas na Bíblia, em vez de embasadas nos sentimentos, pensamentos e circunstâncias. Em seguida, devemos confiar em Deus, pois Ele abrirá as portas certas e proverá as necessidades.

Vamos considerar alguns exemplos e como estes se relacionam com o fato de tomar decisões sábias, conforme a vontade Deus:

A Bíblia diz para não nos associarmos com o mal nem com a idolatria. (1 Coríntios 15:33; 2 Coríntios 6:14-18; Romanos 12:2; Efésios 5:11).

Viver pela fé significa que não me associarei com estas coisas. Desse modo, não é a vontade de Deus que eu freqüente baladas, uma escola pagã ou consiga emprego num lugar que me exija participação na malignidade (como vender bebidas alcoólicas, usar roupas indecentes, assistir a filmes indecentes, tocar música maligna ou sensual), participar de rituais pagãos, desfiles de modas, etc. Lembro-me de uma adolescente numa igreja, a qual conseguiu emprego numa casa de exibição de filmes. Ela ficou saturada de ver filmes indecentes e pretendia sair, mas foi aconselhada a não fazê-lo, pelo mundano pastor de sua igreja. O resultado foi que, eventualmente, ela caiu num grave pecado.

Lembro-me de um homem empregado num bar-restaurante, o qual era responsável pela supervisão das festas mundanas que incluíam bebidas alcoólicas e dança. Ele não cresceu espiritualmente nem conseguiu tomar decisões sábias, enquanto não abandonou aquele emprego.

A Bíblia ensina a não abandonar a congregação (Hebreus 10:25). A igreja é  “a casa de Deus” (1 Timóteo 3:15). Portanto, não devemos tomar qualquer decisão que nos leve a abandonar a congregação, como a mudança para um lugar onde não exista uma boa igreja ou arranjar um emprego que nos afaste dos cultos. Lembro-me de um jovem em nossa igreja, que havia sido salvo do estilo de vida nas drogas. Ele prometia e estava crescendo no Senhor, até que os pais exigiram que ele voltasse a morar em sua [pequena] vila [onde não havia nenhuma boa igreja de que ele pudesse se tornar membro]. Contrariando o nosso conselho, ele foi; e, a partir daquele dia, ele retrocedeu na vida cristã. Temos visto acontecer isto muitas vezes.

A verdade é que uma das principais razões para as pessoas abandonarem a igreja é que elas desobedecem a Deus, assumindo um emprego que as afasta dos cultos e, por isso, acabam retrocedendo. Consideremos as duas admoestações seguintes:

“Perdemos cerca de 20% dos nossos jovens, depois do 7º. grau; isto porque eles conseguem empregos que os afastam da igreja, por serem obrigados a trabalhar aos domingos. Quando conseguem tais empregos, fica mais fácil para se justificarem quanto à falta aos cultos dominicais, o que geralmente eles fazem”.

“Temos observado que muitos crentes que abandonam [a igreja] têm a ideia de que se Deus lhes dá um emprego que exige a falta aos cultos, então está tudo bem. E se Deus lhes dá um emprego que exija o uso de roupas indecentes, tudo OK, pois eles acham que são bastante fortes para exercer empregos desse tipo e, ao mesmo tempo, continuar frequentando a igreja. Como diretor dos jovens solteiros, tenho acentuado o fato de que Deus tem o emprego perfeito para nós e que Satanás tem também o dele. Contudo, a maioria dos garotos não espera pelo emprego que Deus vai lhe dar.”

Quando uma pessoa vive pela fé, ela não aceita um emprego que a leve a desobedecer a Palavra de Deus, afastando-se da igreja. A Bíblia ensina para “não nos prendermos a um jugo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6:14). Desse modo, nunca é a vontade de Deus que um crente se case com um incrédulo, se associe em negócio com um incrédulo, ou coisas assim. Lembro-me de um homem, que foi um dos primeiros convertidos numa igreja nova. Ele ia bem, crescendo espiritualmente, até que entrou numa sociedade com um incrédulo, o qual costumava realizar negócios desonestos. Por causa disso, ele acabou na prisão e o seu testemunho foi corrompido.

A Bíblia diz para não nos associarmos com a falsa doutrina (Romanos 16:17; 2 João 10-11). Isto significa não ser a vontade de Deus que o crente freqüente um estudo bíblico ou uma igreja onde seja ensinada [alguma] falsa doutrina, onde ele leia livros, escute sermões de falsos mestres, ou mantenha relações de amizade com alguém que promova a falsa doutrina. Lembro-me de dois jovens de nossa igreja que muito prometiam e pareciam estar crescendo no Senhor, até que começaram a frequentar um estudo bíblico conduzido por um falso mestre, e acabaram abandonando a igreja.

Tomar decisões sábias significa que um filho de Deus não fará coisa alguma contrária à Palavra de Deus. Quando desobedecemos a Bíblia, não podemos esperar a bênção de Deus. O que muitos cristãos fazem é organizar os seus próprios planos e, em seguida, pedir que Deus os abençoe; porém isto é um retrocesso [espiritual] . Primeiro devemos ter certeza de que os nossos planos estão de acordo com a vontade de Deus, para, em seguida, com razão, pedir e esperar a bênção de Deus.


6. - Não tema o homem; tema a Deus (Provérbios 29:25)

Jesus nos comandou a que O amemos mais do que  amamos nossos parentes mais amados.  Vejam Lucas 14:26. O que Jesus quis dizer, quando ensinou que devemos odiar os nossos entes mais próximos e mais amados? Entendemos isto comparando Escritura com Escritura. Consideremos uma passagem paralela em Mateus 10:37. Quando Jesus disse que devemos odiar nosso pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs, Ele estava dizendo que não devemos amá-los mais do que O amamos e amamos a Sua vontade. O Senhor exige que O coloquemos absolutamente em primeiro lugar, acima de tudo o mais. As relações familiares são importantes e a Palavra de Deus nos ensina a cuidar dos nossos amados (1 Timóteo 5:8; Colossenses 3:18-21). Ao mesmo tempo, o chamado para a obra de Deus tem precedência sobre os nossos relacionamentos humanos. Através dos séculos, muitos têm resistido ao chamado divino por causa dos laços de família. Existem forças poderosas em ação. Lembro-me do homem que me levou a Cristo. Quando Deus o chamou para pregar, sua esposa deu-lhe um ultimato, avisando que iria abandoná-lo, se ele não deixasse de pregar. Ele implorou que ela ficasse, porém recusou-se a abandonar a pregação. Eventualmente, ela o abandonou e levou o filho com ela. O homem ficou de coração partido, mas recusou-se a deixar de pregar, obedecendo, assim, ao comando de pregar a Palavra de Deus. Muitos que encaram uma escolha assim têm preferido abandonar a vocação [o chamado por Deus], dando as costas a Deus.

Se alguém deseja tomar uma decisão sábia, conforme a vontade de Deus, deve temê-Lo e servi-Lo mais do que ao homem. Se precisar escolher entre obedecer aos amigos ou parentes e obedecer e agradar a Deus, deve preferir agradar a Deus.

É um pecado grave temer os parentes e amigos mais do que temer a Deus. Muitos incrédulos cometem este pecado e acabam caindo no inferno, por terem sido “tímidos”. (Apocalipse 21:8). Muitos dos que estão no inferno diriam que ali estão porque temeram o que os outros iriam pensar. Muitos crentes também cometem este pecado. Devemos nos lembrar que “fomos comprados por bom preço e já não somos de nós mesmos”. (1 Coríntios 6:19-20). É isto que o batismo significa. O crente morre para a vida velha e, simbolicamente, renasce para uma nova vida, na qual Cristo é o Senhor de tudo. (Romanos 6:34).


Os jovens sempre cometem o pecado de temer a opinião dos homens. Eles sabem que Deus os está chamando para uma vida de piedade e serviço, mas não querem sair da multidão e, por isso, deixam de fazer a vontade de Deus. Como novo cristão, precisei encarar este dilema, quando soube que Deus queria que eu cortasse meus cabelos compridos, tendo hesitado bastante em fazê-lo, sabendo que não iria mais parecer “legal”. Muitas  moças cristãs recusam se vestir decentemente e de maneira feminina, porque temem os outros mais do que temem a Deus. São tolas. Jesus nos admoestou: “Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos”. (Marcos 8:38).


7. - Honrar a autoridade

Outro princípio importante para se tomarem decisões sábias é honrar a autoridade constituída por Deus. A Bíblia fala muito sobre isto. (Ver Romanos 13:1);1 Coríntios 11:3; Efésios 5:22; 6:1-3; 1 Timóteo 5:17; Tito 3:1; Hebreus 13:17; 1 Pedro 2:13-15).

Tenho visto muitos crentes tomando decisões erradas, que os levam para longe de Deus, quando deixam de honrar e obedecer as autoridades que Deus colocou sobre eles. Muitas pessoas jovens têm cometido o erro de não honrar os pais e, por causa disso, fizerem maus casamentos, adquiriram amizades perigosas, freqüentaram escolas erradas, uniram-se a igrejas erradas, mudaram-se para lugares errados e tomaram outras decisões erradas, as quais poderiam ter sido evitadas, se tivessem, simplesmente, honrados os seus pais.

O mesmo erro tem sido cometido pelas esposas, que desobedeceram e não honraram seus maridos. Nossa mãe Eva é um exemplo disto.

Este erro tem sido também cometido pelos membros da igreja que desobedecem e desonram os seus líderes. Se você se zangar ou ficar aborrecido com os seus líderes, não tomará decisões sábias. Não é errado questioná-los, porém é errado tomar uma atitude errônea em relação a eles. Tenho visto muitas pessoas abandonarem boas igrejas e retrocederem [espiritualmente] , por terem se aborrecido com os seus líderes, tendo se recusado a buscar o arrependimento. Devemos nos lembrar que os líderes da igreja são apenas homens, longe de serem perfeitos. Esta não é uma desculpa, mas um fato. Eles não estão acima da Palavra de Deus e, quando pecam, devem ser disciplinados, de acordo com maneira bíblica (1 Timóteo 5:19-20). Mas a um líder devemos sempre dar o benefício da dúvida. Existe um motivo para se abandonar uma igreja, quando ela não está ligada à Palavra de Deus, mas devemos ter o cuidado de abandoná-la de maneira correta, mudando para uma igreja mais forte e não para uma mais fraca na Bíblia.

As autoridades devem ser testadas pela Palavra de Deus. Não devemos prestar cega obediência a figuras da autoridade, porque vivemos num mundo decaído e autoridade maior é Deus. Toda autoridade deve ser testada pela Palavra de Deus. Comparar Atos 5:29; 17:11.

Às autoridades deve ser dado o benefício da dúvida. Na maioria das vezes, quando as pessoas discordam das autoridades, elas não o fazem na base da Escritura, mas dos seus próprios pensamentos e opiniões. Quando eu achar que uma autoridade não está agindo corretamente, devo perguntar a mim mesmo: “Será que eu tenho uma Escritura para me comprovar que este líder está agindo de modo incorreto, ou apenas estou enganado neste ponto?” À luz de muitos mandamentos da Escritura de obedecer os que governam sobre nós, é perigoso rejeitar as autoridades constituídas numa base que não esteja na Escritura corretamente dividida (2 Timóteo 2:15).


8. - Busque um conselho sábio (Provérbios 12:15; 19:20).

Uma das maneiras mais importantes para se tomarem decisões sábias, segundo a vontade de Deus, é buscar um conselho piedoso, de pessoas sábias e maduras (Provérbio 24:6). O caso clássico na Escritura de alguém que deixou de fazê-lo é o de Roboão, filho de Salomão (1 Reis 12:1-6). Logo após ter subido ao trono, ele foi confrontado pelos súditos que lhe pediram para ser tratados compassivamente. Antes de tomar uma decisão sobre o assunto, ele consultou os homens idosos que haviam aconselhado o seu pai e estes, sabiamente, o aconselharam a atender ao pedido do seu povo.  Em seguida, ele consultou os seus próprios camaradas, os quais o aconselharam a tratar as pessoas da maneira que bem entendesse. Por ter seguido este último conselho, Roboão perdeu a metade do reino.

Busque o conselho dos mais próximos (Provérbio 27:10). Muitas vezes buscamos conselhos das pessoas que estão afastadas, em vez de buscá-lo nas que se encontram mais próximas. Uma porção de estranhos tem-me escrito, durante anos, pedindo opinião sobre situações de suas famílias e igrejas, o que sempre achei estranho e despropositado. Muitas vezes as pessoas buscam conselhos dos que estão longe, porque não os conhecem nem conhecem a sua situação; mas, exatamente por esta razão é que deveriam buscar conselhos dos mais próximos. Para um jovem a primeira busca de conselho deveria ser com os próprios pais, especialmente se estes forem crentes. Em seguida, ele poderia buscar os líderes da igreja. Deus dá líderes à igreja para que estes possam ajudar as pessoas, como o pastor às ovelhas, o qual deve zelar pelas suas almas (Hebreus 13:7). Os líderes escutam os membros da igreja e oram por eles, pedindo que Deus lhes dê sabedoria.

Em nossa igreja, incentivamos as pessoas jovens, que estão pensando em casamento, a que conversem com os  seus pais e, em seguida, com os líderes da igreja. Quando um rapaz está interessado numa jovem, nós o aconselhamos a não prosseguir no assunto, sem antes ter conversado com os líderes da igreja. Estes sabem de coisas que os jovens não conhecem, podendo, assim, dar-lhes bons conselhos, sobre se é prudente prosseguir ou não com aquele relacionamento. Os que ignoram este procedimento, invariavelmente têm se confundido no assunto.

Busque os conselhos das pessoas encarregadas de cuidar dos jovens.  Estas não apenas o conhecem como se importam com você, interessando- se pelo seu bem estar, particularmente por não estarem envolvidas de algum modo em sua vida.

Confira o conselho pela Palavra de Deus. Conforme foi dito no parágrafo anterior, sobre honrar as autoridades constituídas, não devemos prestar cega obediência aos líderes deste mundo decaído. Sejamos como os bereanos, checando cada assunto pela Palavra de Deus (Atos 17:11).


9. - Olhe para o futuro (Hebreus 11:24-27).

Em algum tempo de sua vida, Moisés tomou uma importante decisão, “quando estava farto de anos”. Ele fora adotado como filho do faraó, que era o mais rico e poderoso monarca, naquele tempo. Moisés poderia ter preferido receber sua parte nas riquezas e no poder do faraó, buscando os prazeres; mas, em vez disso, ele escolheu sua parte com os desprezados escravos judeus. Ele tomou esta sábia decisão, olhando para o futuro, conforme a Palavra de Deus.  Ele contemplou a vida futura e viu que se seguisse o Deus de Israel, sofreria o vitupério de Cristo, mas também as riquezas de Cristo, no reino eterno. Contudo, se seguisse o faraó, teria “por um pouco de tempo  o gozo do pecado”, porém, depois, uma eternidade inteira para se lamentar. (Hebreus 11:24-27).

Todo jovem cristão deve seguir o exemplo de Moisés, indagando a si mesmo: “Se eu tomar esta decisão, o que vai me acontecer no caminho? Quais serão as consequências eternas, se eu desposar esta pessoa; se eu assumir este emprego, se eu buscar uma educação determinada [por mim, teimosamente, escolhida]; se eu me mudar para aquele país; seu eu for àquela festa; se eu continuar com esta amizade; se eu comprar aquela TV; se eu cantar aquela música; se eu for descuidado com o que vejo na Internet; se eu deixar meu coração se prender ao amor por este mundo...”

Os incrédulos não podem prever o futuro, porque andam nas trevas e não crêem na Bíblia. Embasam suas decisões inteiramente no que os seus olhos vêem.  Levam em conta apenas as coisas transitórias, como dinheiro, prazer, prestígio, etc. O crente tem uma luz que o incrédulo não tem. E, assim, pode tomar decisões sábias, embasadas no que ele aprendeu na Palavra de Deus.  (1 Coríntios 3:11-15).


10. - Espere em Deus (Salmo 27:14).

Quando um crente estiver se esforçando para tomar uma decisão segundo a vontade de Deus, é muito importante evitar pressa. Quando estamos apressados, é fácil tomar uma decisão errada. Devemos esperar até que tenhamos a certeza de que conhecemos a mente do Senhor e que Ele cuidará de nós.

Josué e Israel estavam cheios de pressa, quando concordaram numa aliança com os gibeonitas, confiando em seus olhos, sem buscar a face do Senhor sobre o assunto. (Josué 9:14-15).

Existem dois princípios bíblicos aos quais devemos atentar, quando esperamos pelo Senhor: estar em paz e não em confusão. Encontramos estes princípios na 1 Coríntios 14:33. Se estivermos confusos, nunca devemos tomar qualquer decisão particular, pois...

“A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3:17).

Quando estou buscando a vontade do Senhor, devo buscar a paz. Se me sinto inclinado a fazer alguma coisa, preciso descobrir se minha paz cresce ou a minha dúvida aumenta. Quando algo procede de Deus, a paz e a fé aumentam; mas se houver confusão e dúvida, isto não será da vontade de Deus, visto como estou em dúvida e não em paz.
 
Vimos dez chaves para se tomarem sábias decisões, segundo a vontade de Deus. Depois do dom da salvação, nada é mais importante nesta vida  do que aprender a tomar decisões sábias.
Autor: David Cloud